Iuri Mori Vieira- poesias
refúgio de um Pássaro
Santa Cruz,
Seja sempre santa melodia
num ecoar de águas turbulentas
E no voar de um pássaro cego à procura pela luz
Santa Cruz,
Tenha sempre no límpido céu
As estrelas e a serenidade de seus ventos
E cadentes a lembrar das imagens de uma flor de mel
Santa Cruz,
Seja sempre ninho provisório dos pássaros convictos
Traga sempre a paz que o vento traz ao tocar meu verde
E o amarelo que o sol latente traz ao queimar meu rio
Santa Cruz,
Berçário das perfeições naturais
Siga nessa nostalgia e receba
Pássaro aspirando em vão
Que na melodia de suas iguarias
Encontra nas lágrimas e esperanças
A luz que me traz a beleza de sua canção.
O Caderno do Poeta e do Menino
Pelo enfim, arriscou um menino
Querendo saber do infinito
A ser e ter o poder,
D’um tão acreditado cultivo
E assim, começou a escrever
Palavras que nem ele acreditava que poderia
Brotaram versos pequeninos em seu primeiro sofrer
E assim iniciou seus momentos de poesia
Fez-se então um rabiscado caderninho
Que no começo era somente razão
Mas, devagarzinho foi se apegando ao carinho
Que aprendeu a ter pelo oscilar de teu coração
E no primeiro fim, a vida era bem mais verdadeira
Mais do que ele pequenino acreditava
E assim, ele se fez sozinho, pelas manhas derradeiras
Correndo pelas alvoradas
E o caderno, marcou um precoce trajeto
Onde o garoto, teimoso e sem tino
Ascendeu pela sua noite, num tempo completo, Onde se fez poeta, e nunca mais menino
Fotografia
No quarto, à luz da lua,
Reflete na parede uma fotografia
Uma foto escrita, e sua
E no cantinho, versos rabiscados em minha tão distorcida grafia.
Aquela foto que data um tempo
Onde não se tinha data
Nem se temia, nem se entendia o chegar de uma saga
Somente se amava, às loucuras do vento.
Rosa dos ventos que por uma lente jogou 7 cores
Formando uma só, a sua imagem
Mas, quebrou-se diluindo-se em 1000 dores.
E assim, fica no quarto a sua fotografia
A pintura de nossa vida,
A sua figura e a minha grafia.